sexta-feira, dezembro 02, 2011 | | By: Luis Ventura

A divisão do Pará

Ontem ao assistir o telejornal, vi uma reportagem sobre os prós e contras da proposta de divisão do estado do Pará. Alguns argumentos são legítimos e outros papo furado, mas eu não tenho esse blog para falar de política.

O que eu quero comentar é como ficará o futebol paraense com a divisão do estado?

Bem, atualmente o futebol paraense já não é tão soberano a Paysandu e Remo, muito menos a Tuna Luso aparece como um estraga prazeres. Hoje novos times dividem essa hegemonia, como o Águia de Marabá, o São Raimundo de Santarém e o atual campeão, o Independente de Tucuruí.

O equilíbrio ficou mais evidente com o enfraquecimento dos dois grandes. Recentemente, em 2000, o Remo disputava uma das oitavas de final da Copa João Havelange e o Paysandu em 2003 estava na Libertadores. Hoje os dois tem que ralar muito caso queiram se campeões ou vice para ir à Série D (Remo) e a Copa do Brasil (ambos).

Re-Pa: Os dois, que já viveram dias melhores, podem se dar bem com a divisão do estado. Foto:soupapao.com.br
 
Agora, com essa proposta de divisão do estado do Pará, a tendência é a coisa voltar a melhorar para ambos e piorar para os pequenos. E explico por que?

Neste ano, 14 clubes disputaram a divisão principal dividida em duas fases. Dos 14 times, a divisão com a proposta dos novos estados ficaria:

-       Estado do Pará: Paysandu, Remo, Tuna Luso, Time Negra, Sport Belém, Ananindeua, Cametá Abaeté, Castanhal e Santa Rosa
-       Estado de Tapajós: São Raimundo
-       Estado do Carajás: Águia de Marabá. Independente e Parauapebas

E o que aconteceria: Os principais rivais de Remo e Paysandu ficariam nos novos estados, ou seja, ficariam soberanos novamente. E os rivais? Ficariam em campeonatos precários e começariam a correr risco de perderem seus investimentos e fecharem as portas. Apesar de terem, na teoria, a vaga garantida pelos novos estados na Copa do Brasil e na Série D.

Só que como nada se comenta, mesmo com a formação dos novos estados, acho que na pratica nada vai mudar, pois eles, mesmo estando em outros estados podem se manter filiados a federação do Pará, assim como ocorre com o Luziânia, que é de Goiás, mas como está mais próximo de Brasília do que de Goiânia, joga no DF. E tem a Austrália, que por conta do nível técnico, joga na Ásia e não na Oceania (argumento que deve ser utilizado pelos clubes do Pará).

Porém, em caso de divisão do estado, independente da escolha dos clubes ou não, a federação estadual pode ser criada e assim novo clubes das regiões poderão disputar vagas para a Copa do Brasil e a Série D.

Eu sinceramente sou contra a divisão do estado, tanto politicamente quanto futebolisticamente. Eu sou do ideal que a união faz a força. E nesse caso temos o exemplo do Rio de Janeiro, que depois que unificou com a Guanabara, fortaleceu bastante os clubes do interior. Porém temos os casos do Tocantins e Mato Grosso do Sul, que tem seus estaduais com boa disputa, mas que sofre com o nível técnico. Se dividir os clubes também, a tendência é tanto Carajás quanto Tapajós viraram uma nova Rondônia, Roraima e Acre, acabando com o futebol profissional da região.

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