segunda-feira, outubro 31, 2011 | 0 comentários | By: Luis Ventura

O Balanço do Pan

Terminou nesse domingo a 16a Edição dos Jogos Panamericanos, realizada em Guadalajara.
Para nós Jornalistas e analistas do esporte e das mídias neles envolvidas, chegou a hora de fazer o balanço final. No meu caso, tenho que fazer três análises: da cobertura da mídia brasileira, da participação da equipe brasileira e da organização dos Jogos.
 
Vamos começar então por aquele que mais criticas recebeu. A organização foi bombardeada por todos os lados. Atletas reclamaram de filas no refeitório, mudança de horários sem aviso e possível favorecimento dos juízes a certos atletas ou nacionalidades. A imprensa reclamou da dificuldade no acesso aos locais dos Jogos pelos transportes oficiais, que faziam um passeio turístico ao invés de procurar a rota mais rápida e curta. De minha parte a organização pecou em dois pontos que pouca gente reparou: a "espanholização" de alguns nomes (Joanna Maranhão virou Joanna Manhanhan em alguns eventos e o presidente da CBV Ary Graça virou Ary Grassa) e a péssima qualidade dos hinos executados que lembravam um som estilo MIDI baixado da internet, do que uma musica tocada por instrumentos de verdade. Para mim, no geral, foram bem na organização e podem, como o Governador de Jalisco citou na cerimônia de encerramento, se candidatar para os Jogos Olímpicos, assim como fez o Rio, pois a impressão foi boa.
 
Já quanto a campanha Brasileira, eu tomei como análise primeiro a questão geral e depois a individual. No geral, a campanha foi maravilhosa. A melhor do pais competindo fora de casa. Apesar de ter tido menos medalhas que o Rio 2007, porém lutar de igual para igual com Cuba no quadro e deixar Canadá muito, mas muito para trás mostra o sucesso. Individualmente, lamento que alguns esportes decaíram. Ciclismo, Taekwondo e Ginástica Artística Feminina fizeram os maiores papelões. O Ciclismo não trouxe medalhas pela primeira vez desde 1979 e num pais que cada vez mais vê o crescimento do uso de bicicletas no dia-a-dia aumentar, isso é uma vergonha. O Taekwondo foi com uma baita expectativa e decepcionou, principalmente com os campeões Diogo Silva e Natalia Falavigna, que nem na disputa de medalhas chegaram. E por fim, a ginástica feminina parece que já deu o que tinha que dar e agora vai deixar de ser protagonista entre os melhores.
 
O bom foi ver esportes que estiveram em queda irem bem, como o atletismo (em que a concorrência é maior que a natação) e o boxe. E por fim, parabenizar o ótimo trabalho feito no Judô, na ginástica rítmica, no tiro esportivo, na Luta Livre e no Levantamento de peso, sem contar os já tradicionais Iatismo, Vôlei e Natação. E desejar os pêsames para os esportes coletivos. Handebol e o Pólo Aquático fizeram a obrigação. Os outros nem isso. Futebol, Basquete e até o Rugby foram uma lástima.
De zero a 10, eu daria 8 para a participação do Brasil.
 
Finalmente, sobre a cobertura da mídia. Infelizmente ainda há retaliaçõesna imprensa brasileira. Record e Terra, apesar das dificuldades apresentadas por narradores, comentaristas e repórteres, foram lá e fizeram o que deveriam. O que me entristece é o pouco caso da Globo, do UOL e de outros veículos concorrentes das duas. Pelo que vi, procuravam sempre que possível destacar uma coisa ruim que acontecia no Pan ao invés de tentar, mesmo sem os direitos de transmissão, fazer melhor que elas (coisa que, aliás, só a Rádio Jovem Pan em 2002, na Copa, conseguiu).
Por parte da Record e do Terra, a cobertura foi nota 9. Só não foi dez por causa de algumas falhas de locutores e comentaristas apontadas em outros posts. Mas essas são as lições que ambos devem pegar e corrigir para Londres: investir em treinamentos sobre os esportes para seus locutores e em treinamento sobre comportamento e postura ao vivo para os comentaristas. E se possível, fazer transmissões-piloto antes dos jogos para que eles se entrosem.
 
Abaixo, entrego as medalhas de ouro, prata e bronze desse Pan para a mídia.
 
Bronze – Marco Túlio Reis: Apesar de ser relegado pela Record e formar o time da Record News, mas uma vez mostrou o quanto conhece de narração e de esportes Olímpicos. Belo trabalho. Espero que a Record dê uma oportunidade para ele no time principal em Londres.
 
Prata – Romário: Estreou eleogiando quem tinha que elogiar e criticando quem merecia. Soube separar seu cargo atual, da função de comentarista e a função de seu passado futebolístico. Acho que volta em Londres 2012.
 
Ouro – Newton Campos: pintou no último dia de boxe e deu show. Como ele mesmo comentou sobre os cubanos "tem a técnica e a consciência de tocar no momento certo e sair e não ficar aplicando um monte de golpes que dão em nada como os brasileiros". E foi isso que fez. Colocou em prática seus vastos anos trabalhando como jurado de boxe e membro da Associação Internacional, falou o necessário de forma precisa e ficou com a medalha de ouro.
 
 
sábado, outubro 29, 2011 | 0 comentários | By: Luis Ventura
http://dreissigacker.de/admin/images/graphs/test.php?html148
quinta-feira, outubro 27, 2011 | 0 comentários | By: Luis Ventura

As Trapalhadas do Mano

Hoje saiu a mais nova convocação da seleção brasileira e mais uma vez a lista de Mano Menezes trás incoerências e desculpas esfarrapadas.
 
A primeira das delas é novamente o fato de chamar atletas com idade olímpica para a seleção, como o intuito de conhecer o jogador melhor. Quem lê o blog sabe o quanto eu acho isso um erro. Ou faz uma preparação chamando só atletas para as Olimpíadas ou só atletas que realmente vão ser aproveitados na seleção principal, pois acho que tira o foco do técnico, que não sabe se preocupa em montar um time para a seleção principal ou se põe os olímpicos para testar.
 
Outra questão é essa coisa de só chamar "brasileiros", depois chama só "europeus". Se é data FIFA, tem que chamar todo mundo, independente se o time ta disputando o titulo brasileiro ou não. Nesse caso, tanto a CBF quanto os clubes precisam entrar num consenso quanto ao calendário, pois do jeito que está, não é só uma ou a outra parte que sai perdendo e sim os dois.
 
E vejo, por conta desses dois fatores,  o porque a seleção do Mano não engrena. Não é o fato de não jogar eliminatórias ou estar fazendo uma renovação. É sim por conta dessa falta de organização da seleção, que nunca joga com o mesmo time, sempre traz atletas que jogam uma vez e não vão mais (Porque ele não chamou mais o Jucilei depois que o jogador foi para a Rússia?) e por fim a mistura de foco. Enquanto uns pensam na Copa 2014, outros na Olimpíada 2012, poucos se preocupam que antes disso tudo, eles precisam ganhar o amistoso para qual foram convocados.
quarta-feira, outubro 26, 2011 | 0 comentários | By: Luis Ventura

Post Urgente: A queda do ministro dos esportes

Segundo acabei de ouvir na rádio Estadão-ESPN, nas próximas horas o ministro dos esportes Orlando Silva (PCdoB) deve entregar sua carta demissão à presidente Dilma Roussef.

Até aí tudo bem, todo mundo sabe o que está acontecendo e todas as denúncias feitas. O que eu quero comentar e até em caráter de urgência é a tal ideia de que “pelo bem da Copa 2014” e “para agradar a FIFA” é melhor ele sair.

Pelo que me consta, ele é o ministro do esporte e não o ministro do futebol. Então acho que não tem nada a ver essa ideia de relacionar a saída dele com questões da Copa.

Para mim, este escândalo afeta mais a organização das Olimpíadas (coisa que não estão nem mencionando) do que qualquer outra coisa. Por quê? Porque o desvio de verbas afeta o desenvolvimento do esporte no pais. O dinheiro que poderia ser aplicado para desenvolver centros para a prática de ciclismo de competição (que não trouxe medalhas de Guadalajara), por exemplo, está indo indevidamente à alguém. E como eu acredito que o Esporte é a principal ferramenta de inclusão social, quem perde com isso também é a sociedade.

Quanto a Copa 2014, a FIFA e a CBF estão se linchando para quem vai ser o novo ministro, já que os recurso do ministério não vão para eles e eles não tem que dar satisfação nenhuma ao ministro.

Espero que acabe essa palhaçada de dar o ministério ao partido e o partido colocar seu pau mandado para poder roubar. Nunca me simpatizei com o fato desse cara ser o ministro, pois nunca esteve ligado ao esporte e se bobear, nunca praticou uma modalidade sequer. Temos tantos caras aí com capacidade para isso, que gerem atualmente clubes ou entidades, sendo ex-atletas ou não, e até políticos com perfil para a pasta melhor do que o atual, como Aldo Rebelo (cotado para assumir).

E quem assumir, que se preocupe com o Rio 2016 e o futuro do esporte brasileiro. Esqueça a Copa. O governo já deu muita “boiada” ao fornecer empréstimos e construir estádios com dinheiro do povo. Agora que a FIFA e a CBF se virem para fazer a Copa e o governo para investir e incentivar a pratica de atletismo, natação, ciclismo, handebol, pólo aquático, levantamento de peso, luta olímpica, ginástica e outros esportes de alto rendimento por jovens e crianças pelo país.

CBF e sua relação com o Pan e as Olímpiadas: Tanto faz


Já faz um tempo que eu não escrevo algo descente sobre o futebol. Os motivos principais são dois: os Jogos Panamericanos e a falta de tesão que os jogos estão provocando em mim. Sinceramente não lembro quando foi o último bom jogo que assisti. Eu acho que foi Corinthians x Botafogo há 3 semanas atrás.
Então, aproveitando a deixa, vou abordar esses dois pontos. Mais especificamente a falta de tesão do futebol masculino nos Jogos Panamericanos de Guadalajara. Quero falar só do masculino, pois sei que o feminino leva a sério os Jogos, e só não está indo bem porque o técnico Kleiton Lima insiste em jogar com um esquema inadequado e colocar as jogadoras fora da sua posição original.
Vamos lá. Ontem comecei a refletir sobre uma coisa que o Romário postou no Twitter:
Medalha de Bronze em 2008: tanto faz como tanto fez
"A CBF tem um problema com a Record e cheguei a conclusão q, comigo também, por isso quem paga essa conta é o nosso futebol.´nós Brasileiros."
"O time realmente não jogou, nem perto do q poderia jogar mas poderiamos ter vindo com um time d mais qualidade."
"É uma pena que ainda nos dias de hoje, existam essas babaquices por parte de uma entidade como a CBF. Só pode ser sacanagem. E o pior ninguém toma uma decisão pra resolver essa vergonha."
Vamos lá. A situação é a seguinte: Que a CBF tem boas relações com a Globo é evidente. Só não vejo esse ponto que a CBF mandou um time B do Sub-20 por causa da Record e do Romário. Desde que me conheço como entendedor do Futebol, vejo que a CBF, seguindo a ideologia da FIFA, nunca deu bola para o Pan e para as Olimpíadas.
Curiosamente, esse mito de "Olimpíadas, o único titulo que falta para o Brasil" surgiu a partir da Globo, através dos bordões do Galvão Bueno, logo após a Copa de 94. Desde então, essa obsessão toma conta da cabeça do Ricardo Teixeira. Porém, como sabemos, a Globo que deu origem a tal ideia pode ficar no momento que esse objetivo for alcançado, em Londres, o que seria um golpe baixíssimo para ela.
Ainda partindo do que o Romário escreveu, e observando tal situação acima, começo a achar que em Londres não virá o ouro. Por mais que o Sportv transmita os Jogos de Londres, não será a mesma coisa ouvir Luiz Carlos Júnior narrando a medalha do que se ela fosse na voz de Galvão Bueno.
É notável que a preparação que vem sendo feita é totalmente errada e diferente das que foram feitas anteriormente. Mano não faz questão ainda, há menos de 1 ano, de começar a definir os 18 que para lá vão.
Como em 2016 a Globo ganhou a concorrência e vai transmitir os Jogos que serão no Brasil, tenho certeza que Galvão repensará sua aposentadoria marcada para 2014 (conforme ele mesmo disse na final da Copa 2010) e estará no Rio e tanto CBF quanto Globo vão atrás dessa tão desejada medalha de ouro, atendendo assim ao grande desejo cultivado desde 1994 pela emissora carioca.
E depois disso, pode ter certeza: O Brasil nunca mais vai jogar uma Olimpíada com a gana que entrou em Atlanta, Sydney e Pequim. Os jogos se tornaram uma espécie de Pan, com a ida de times Sub-23 categoria C.
Então, caro Romário: por mais que você pense que a toda poderosa esteja de birra com você e a Record, a verdade é que a CBF nunca deu e nunca dará bola para o Pan, competição onde não podem exibir seus patrocínios, seu logo e que precisam andar utilizando o uniforme do COB com o logo da concorrente; muito diferente do que acontecerá no amistoso contra Gabão, onde tudo o que não pode no Pan, a CBF vai poder fazer. E com as Olimpíadas vai acontecer o mesmo assim que a medalha de ouro for conquistada e essa obsessão acabar.
segunda-feira, outubro 24, 2011 | 0 comentários | By: Luis Ventura

Transmissões na Internet Já

Este blog, como já puderam perceber, traz na maioria dos posts a minha opinião critica sobre o que vejo acontecer por aí no mundo esportivo. Com o início dos Jogos Panamericanos, eu, como bom esportista e não apenas "futebolista" voltei minhas atenções para o maior evento multiesportivo das Américas.
 
Porém apesar das criticas que fiz aos narradores do Terra, é preciso elogiar o trabalho que o portal tem feito. Tenho acompanhado o Pan por eles por motivo de comodidade e tenho me surpreendido com a cobertura que estão fazendo. Além de transmitir tudo que o Comitê dos Jogos disponibiliza (uma das tantas falhas desses Jogos), transmite alguns desses eventos em HD, o que deixa a nossa torcida mais espetacular. Ainda vai atrás e mostra os brasileiros nos outros eventos que o Comitê não disponibiliza. Foi assim no Tênis de Mesa, no Squash, no Badminton, na Luta Livre e no Hóquei sobre a grama. Apenas fica a desejar realmente a qualidade de algumas narrações, algo que é superado com a transmissão em canais apenas com o som ambiente, sem qualquer tipo de narração ou comentário.
 
Não é a primeira vez que o Terra encara um evento assim. Em Pequim 2008 e Vancouver 2010 estavam lá e foram bem também, inclusive no evento de inverno, onde apesar dos esportes serem mais desconhecidos dos que os do Pan, os narradores foram melhores (por isso a minha critica).
 
Com um mundo cada vez mais dominados com Tablets, Smathphones e aparelhos do tipo, a transmissão pela Internet ao vivo dos eventos vai se tornar um dos pontos fortes do meio. E nesse quesito, o Terra já larga com experiência.
 
O que precisa agora é fazer a cabeça de emissoras de TV, clubes e federações de que  o público da internet é diferente do que assiste pela TV e que o mesmo não vai roubar a audiência da TV. O próprio site do Terra já transmite NBA e se não me engano também a Fórmula Indy. Será que a ESPN e a Band tiveram perda de audiência considerável com isso?
 
Eu acho que se eles abrissem os olhos veriam que poderiam aumentar sua arrecadação transmitindo jogos pela internet, vendendo patrocínios, interagindo com os internautas etc. Hoje, conseguimos assistir jogos do Brasileirão ao vivo pela internet através de streamings piratas, que muitas vezes travam ou caem. Não seria legal se fizessem como a UEFA, e disponibilizassem um pay-per-view para internet e pagando um valor (que na UEFA é de 8 Euros) você pudesse assistir aquele jogo com uma boa qualidade e sem problemas igual o Terra está fazendo?
 
Para amantes do esporte como eu, que muitas vezes tem um celular a mão e não uma TV, uma coisa dessas seria perfeito. Por isso, agradeço o Terra pela transmissão do Pan, apesar das péssimas narrações. rsrsrs
sexta-feira, outubro 21, 2011 | 0 comentários | By: Luis Ventura

Afinal, quem mataram na Líbia? Que jogo é esse?


A grande notícia dessa semana foi a morte do ex-ditador Libio Muammar Gaddafi. Notícia essa tão relevante que todos os jornais destacaram. Porém, quem leu todos os jornais e sites viu a morte de vários "Gaddafi", mas porque?
 
Porque cada site escrevia o nome do ditador à sua maneira. Então tivemos a morte do Gaddafi, Khadafi, Kadhafi, Khadaffi, Kadafi, Gadafi etc. Sabemos que transcrever para o português nomes de outros idiomas é complicado, principalmente os que são escritos com outros caracteres, como o árabe, o hebraico e os orientais (chinês, japonês, coreano etc.). Só que o problema não é esse. O problema é a falta de padronização nessas questões. Claro que cada veículo tem seu manual próprio, mas questões como essa, de nome estrangeiro, deveria ter uma padronização global, preferencialmente adotada pelo Sindicato e Associação dos jornalistas.
 
No esporte, essa disparidade também acontece, principalmente nas siglas adotadas nos placares das TVs e no nome dos times. Um exemplo é a sigla que adotam para os times brasileiros. O Coritiba, dependendo da emissora, tem duas: CTB e CFC. Isso se torna mais confuso nos casos dos times que tem o mesmo nome, como Atlético-MG (CAM e ATL), Atlético-GO (ACG e AGO) e Atlético-PR (APR e CAP) e América-MG (AMG e AME) e América-RN (ARN e AFC). Na Copa do Mundo de 2010, também foi um show de disparidades como Coréia do Norte (CNO e PRK), Eslovênia (ESL e SLO) e Eslováquia (EVQ e SVK).
 
No caso dos nomes dos times, é mais aplicado para os do exterior, como o dinamarquês Copenhage, que também conhecido como Kobenhvn.
 
Esses erros ocorrem pelo fato de se tentar aportuguesar essas palavras. Se, no caso do Gaddafi, a solução é a imposição de um padrão pelo sindicato, no caso esportivo, é já se adotar o padrão que existe. No caso das siglas, o correto é usar as siglas internacionais, por mais que seja difícil de reconhecer que PRK vem do inglês Popular Republic of Korea  e representa a Coréia do Norte, e que CIV vem de Cotê D`Ivoire e corresponde a Costa do Marfim.
No caso dos clubes estrangeiros, o certo é adotar a grafia original, por mais que o nome do clube significa o nome de uma cidade, como Kobenhvn, Marseille, Madrid etc. Para mim, esses casos seria quase como se escrevesse o nome de alguém errado, como ocorre comigo, em que muitas vezes escrevem Luiz, sendo que meu nome é Luis. Eu não gosto pois descaracteriza a minha imagem e com os clubes penso o mesmo.
 
Já nas siglas brasileiras, como não há nada nesse sentido, ou a CBF emite uma portaria especificando uma sigla para os seu filiados, ou os próprios clubes cheguem e informem como gostariam de ser identificados. O problema é que os próprios clubes inventam uma sigla diferente para eles mesmos, não é SPFC, SCCP, SFC, SEP, CRVG, CRF, SCI, AAPP etc. (Traduzindo: São Paulo, Corinthians, Santos, Palmeiras, Vasco, Flamengo, Internacional e Ponte Preta). Por isso, acho a ideia do Sportv, de colocar o nome completo no placar muito boa. A Globo deu um jeito colocando a cada 5 minutos para o placar exibir por 15 segundos o nome completo, mas o que complica é que no mesmo jogo transmitido pela Band a sigla é diferente.
 
Quem leu meus últimos posts, acha que pego demais no pé dos jornalistas, mas isso confunde a todos. Já pensou um garoto numa prova de vestibular que escreve sobre esse caso da Líbia. Qual escrita do nome do ditador é a correta? Da Folha, do G1, do Terra ou de qualquer outro site ou jornal? E alguém que ta por fora dos próximos jogos e liga a TV, pega o jogo no meio (como meu pai) e vê o placar SPO x ATL . Seria São Paulo e Atlético. Qual Atlético? Aí troca de canal e vê SPL x CAM. Pensa que é outro jogo, não é?
 
É por pequenas coisas como essa que o Jornalismo no Brasil ainda não é 100% confiável, pois com esse tanto de variações, se não sabemos quem ta escrevendo certo e quem ta escrevendo errado, imagina quando pensamos qual veículo está falando a verdade ou inventando fatos.
 

quarta-feira, outubro 19, 2011 | 0 comentários | By: Luis Ventura

Acesso Virtual, Falta de criatividade real

Ontem, por volta das 23:00h, durante um dos intervalos da minha “cobertura” sobre o PAN de Guadalajara, vejo a manchete no site do Terra: Lusa consegue o acesso virtual. A primeira coisa que me perguntei foi “o que é acesso virtual?”.

Bem, o que quero dizer é o seguinte: o jornalistas esportivos não tem criatividade e simplesmente inventam termos para chamar a atenção. Esse tal de acesso virtual vale a mesma coisa que o titulo simbólico que deram para o Corinthians no final do primeiro turno do Brasileirão, ou seja, vale nada.

A galera que escreve no sites, jornais e revistas precisam rever seus conceitos, pois embalam muitos torcedores. Eu tenho certeza que muitos Corintianos comemoraram o titulo simbólico e teve torcedores da Lusa comemorando o acesso virtual. O pior é que tem muito comentarista experiente que entra na onda e adere a ideia.

Eu sei que o que vale para jornais, revistas, TVs e sites é a audiência, mas para mim, usar esses artifícios é a mesma coisa que falar mentira (Ou vai falar que o Corinthians ganhou a taça do titulo simbólico e a Lusa, mesmo que não pontue mais e seu adversários ganham tudo, já esta promovida?)

Fica aí a reflexão. Manchete é algo muito importante para a notícia, mas inventar termos que não condizem com a realidade mostra a fragilidade do jornalista que a escreveu.

Narrador esportivo ou narrador futebolístico

Olá pessoal! Nesse fim de semana começou os Jogos Panamericanos Guadalajara 2011, um evento muito esperado por todos os amantes do esporte. No meu caso além de ver um show de esportes, eu observo outra coisa bem especial: os narradores.

Eu estudei e estudo muito essa área, então tenho um pouco de crédito para falar sobre eles. Sabe que é em um evento como os Jogos Panamericanos e Olimpíadas que vemos quem realmente é locutor esportivo e quem é locutor de futebol. Mas claramente, conhecemos quem entende de todos os esportes e quem faz de conta que entende. E estou me surpreendendo, negativamente.

As transmissões estão acontecendo no portal Terra e na Record. O time da Record eu conheço de cor: Mauricio Torres, Eder Luiz, Álvaro José, Marco Túlio Reis e Reinaldo Gottino. Da turma do Terra, conheço só uma parte. Tem o Mauricio Bonatto e o Rodrigo Cascini que já vi no Bandsports e o Jorge Vinícius que ouvi umas vezes na Record e no Sportv.

Independente de serem conhecidos ou não, já é possível perceber uma coisa na maioria deles: Quando o evento aperta e chega um momento que você não sabe o que falar, muitas vezes por falta de intimidade com o esporte, eles recorrem aos anúncios da programação. Dos esportes que tivemos até agora, Vôlei e Natação, por serem os mais comuns aos brasileiros, são fáceis de serem narrados. Porém, nos outros esportes, os locutores tem empregado uma técnica, que eu não considero a mais adequada.

O que tem acontecido é que, praticamente, quem narra o evento é o comentarista e não o locutor. No Taekwondo e na Ginástica Rítmica, por exemplo, é o que tem ocorrido. Nos dois casos, os comentaristas ao invés de darem sua opinião ou fazerem comentários técnicos sobre a luta ou a apresentação, eles vão indicando o que acontece, tipo “a atleta vai receber punição”, “teve mais uma falta” etc. Para mim, isso mostra a falta de conhecimento dos narradores sobre os esportes.

Quando você se propõe a narrar um evento multi esportivo, o mínimo que se espera é que você conheça o básico do esporte, como a forma de disputa, os tipos de pontuação e de faltas. Nesse quesito, a Record, por já estar com uma equipe junta e se preparando há tempos tem ido bem. No caso deles, a única coisa que tenho observado, é muitas vezes a repetição excessiva de termos da modalidade (em muitos casos, sem necessidade). No Terra, os locutores parecem que ficaram sabendo da escala meio que em cima da hora, sem ter tempo para se prepararem. E sem tempo para se preparam acontece isso, o narrador leve até onde dá e na hora do aperto, recorre ao merchandising e ao comentarista na hora e de forma errada.

Para esses tipos de evento, em especial, o segredo é a preparação. Por isso que eu digo que nessa hora conhecemos que é narrador de todos os esportes e quem é só de futebol. Como descobrimos isso? Simples, pois quem sabe e conhece várias modalidades, consegue encarar uma parada desses mesmo tendo pouco tempo de preparação. Pois nesse tempo curto, ao invés de aprender sobre o esporte, as regras, a história e todas essas partes, para depois ficar por dentro de quem é o cara do momento, os favoritos e etc., vai direto para os favoritos. E o narrador que consegue ter posse de todas essas informações, consegue conduzir a transmissão muito bem e recorre ao comentarista e ao merchandising na hora certa.

Voltando ao ponto em que disse que “os locutores tem empregado uma técnica, que eu não considero a mais adequada”, explico que não é a mais adequada pois, muitas modalidades são novidades para os espectadores. Então a locução e os comentários precisam ser mais didáticos, principalmente nas fases preliminares. E como vemos, os narradores, por conhecerem pouco ou, ás vezes, nada do esporte, eles não conseguem extrair o lado didático e técnico dos comentários quando necessário.

Com tudo isso, vemos uma grande mescla de estilos de transmissões:

1- A ideal, em que o narrador conhece e, ainda por cima, conta com um comentarista que já tem experiência na função e ambos sabem quando e como devem fazer suas funções.

2- O narrador conhece, mas ele tem ao lado um comentarista estreante na função. Nesse caso o narrador precisa estar chamando o comentarista para participar e fazer seus comentários.

3- Narrador que conhece pouco e comentarista experiente. No caso o comentarista experiente percebe a dificuldade do narrador , respeita isso e tenta ajudar, pois sabe qual é a sua função na transmissão.

4- Narrador que conhece pouco e comentarista iniciante. O narrador tenta procurar se apoiar no comentarista e aí pode acontecer duas coisas: o comentarista ser um cara extrovertido, e aos pouco se sentir a vontade e começar a narrar, conforme citei acima, o evento. Ou o comentarista ser tímido e não ficar a vontade. Aí o narrador tenta se apoiar nele e acaba vindo sempre frases curtas ou comentários básicos.

5- Por fim, narrador que não conhece nada e que, por circunstâncias, ao tem comentarista, e nesse caso ele fica perdido e chega a ter momentos em que não sabe o que falar.

Vocês viram que eu fui ético e não cheguei a citar nomes, nem de quem considero que está fazendo certo, nem de quem ta fazendo errado. Para exemplificar tudo, eu considero o meu exemplo, em que estou gravando as transmissões do Pan e narrando para aprimoramento e treinamento pessoal.
Por trabalhar diariamente em horário comercial e fazer as narrações nas poucas horas de lazer. Eu me encaixo nos seguintes requisitos: Conheço regras e histórico de, pelo menos, 20 modalidades. Me escalei para narrar o Pan há mais de um ano, porém ao tenho tempo para me preparar sobre as atualidades de forma ideal. Como estou sozinho, eu mesmo faço o papel de comentarista, então consigo desempenhar alguns dos perfis que retratei.

Vamos a um exemplo bom e outro ruim meu. Sábado fiz o primeiro dia de natação. Este é um esporte que acompanho desde 2001 e entendo as regras, sei da história e da atualidade. Então fui muito bem., gostei da forma que conduzi a transmissão e até do meu desempenho como comentarista (em que interpretei Mariana Brochado). Domingo foi a vez do ciclismo. Conheço as regras, sei um pouco da história, mas não estava por dentro da atualidade. Desta forma, considerei meu desempenho na transmissão do feminino como ruim, inclusive como comentarista (interpretando Hernandes Quadri Jr., medalhista nos Jogos Panamericanos em 1995). Não conhecia como era a dinâmica de transmissão da prova e conhecia pouco os recurso técnicos. Poucas horas depois, no masculino, fui um pouco melhor, pelo fato do anterior, mas pela falta de preparação acabei decepcionando. E assim vou indo: vou bem nos que tenho pratica (vôlei e natação) e mau nos sem pratica (ciclismo, vôlei de praia e taekwondo).

Encerrando, eu sei que quem não me conhece vai perguntar “Quem é esse cara e que moral ele tem para comentar sobre isso?”. Quem me conhece vai entender e me parabenizar pelo artigo. E concluo, por experiência, que no locução esportiva, o segredo e preparação e pratica. Quanto mais informações você tiver em mãos e maior for o seu conhecimento da dinâmica da transmissão, melhor será o seu desempenho.

E por esse ponto, vejo que é importante você ser especialista em um determinado esporte, seja ele futebol, vôlei, basquete, tênis, judô etc. O grande problema é quando, para esse eventos grandes, as emissoras, seja por falta de opções ou por questões publicitárias e de audiência, recorrem aos narradores de futebol, sem dar a eles o tempo necessário para se preparar. É como jogar na altitude. O problema não é jogar lá e sim não ter o tempo necessário para aclimatação. E como a seleção brasileira já mostrou algumas vezes, o resultado disso pode não ser bom.