sexta-feira, outubro 21, 2011 | | By: Luis Ventura

Afinal, quem mataram na Líbia? Que jogo é esse?


A grande notícia dessa semana foi a morte do ex-ditador Libio Muammar Gaddafi. Notícia essa tão relevante que todos os jornais destacaram. Porém, quem leu todos os jornais e sites viu a morte de vários "Gaddafi", mas porque?
 
Porque cada site escrevia o nome do ditador à sua maneira. Então tivemos a morte do Gaddafi, Khadafi, Kadhafi, Khadaffi, Kadafi, Gadafi etc. Sabemos que transcrever para o português nomes de outros idiomas é complicado, principalmente os que são escritos com outros caracteres, como o árabe, o hebraico e os orientais (chinês, japonês, coreano etc.). Só que o problema não é esse. O problema é a falta de padronização nessas questões. Claro que cada veículo tem seu manual próprio, mas questões como essa, de nome estrangeiro, deveria ter uma padronização global, preferencialmente adotada pelo Sindicato e Associação dos jornalistas.
 
No esporte, essa disparidade também acontece, principalmente nas siglas adotadas nos placares das TVs e no nome dos times. Um exemplo é a sigla que adotam para os times brasileiros. O Coritiba, dependendo da emissora, tem duas: CTB e CFC. Isso se torna mais confuso nos casos dos times que tem o mesmo nome, como Atlético-MG (CAM e ATL), Atlético-GO (ACG e AGO) e Atlético-PR (APR e CAP) e América-MG (AMG e AME) e América-RN (ARN e AFC). Na Copa do Mundo de 2010, também foi um show de disparidades como Coréia do Norte (CNO e PRK), Eslovênia (ESL e SLO) e Eslováquia (EVQ e SVK).
 
No caso dos nomes dos times, é mais aplicado para os do exterior, como o dinamarquês Copenhage, que também conhecido como Kobenhvn.
 
Esses erros ocorrem pelo fato de se tentar aportuguesar essas palavras. Se, no caso do Gaddafi, a solução é a imposição de um padrão pelo sindicato, no caso esportivo, é já se adotar o padrão que existe. No caso das siglas, o correto é usar as siglas internacionais, por mais que seja difícil de reconhecer que PRK vem do inglês Popular Republic of Korea  e representa a Coréia do Norte, e que CIV vem de Cotê D`Ivoire e corresponde a Costa do Marfim.
No caso dos clubes estrangeiros, o certo é adotar a grafia original, por mais que o nome do clube significa o nome de uma cidade, como Kobenhvn, Marseille, Madrid etc. Para mim, esses casos seria quase como se escrevesse o nome de alguém errado, como ocorre comigo, em que muitas vezes escrevem Luiz, sendo que meu nome é Luis. Eu não gosto pois descaracteriza a minha imagem e com os clubes penso o mesmo.
 
Já nas siglas brasileiras, como não há nada nesse sentido, ou a CBF emite uma portaria especificando uma sigla para os seu filiados, ou os próprios clubes cheguem e informem como gostariam de ser identificados. O problema é que os próprios clubes inventam uma sigla diferente para eles mesmos, não é SPFC, SCCP, SFC, SEP, CRVG, CRF, SCI, AAPP etc. (Traduzindo: São Paulo, Corinthians, Santos, Palmeiras, Vasco, Flamengo, Internacional e Ponte Preta). Por isso, acho a ideia do Sportv, de colocar o nome completo no placar muito boa. A Globo deu um jeito colocando a cada 5 minutos para o placar exibir por 15 segundos o nome completo, mas o que complica é que no mesmo jogo transmitido pela Band a sigla é diferente.
 
Quem leu meus últimos posts, acha que pego demais no pé dos jornalistas, mas isso confunde a todos. Já pensou um garoto numa prova de vestibular que escreve sobre esse caso da Líbia. Qual escrita do nome do ditador é a correta? Da Folha, do G1, do Terra ou de qualquer outro site ou jornal? E alguém que ta por fora dos próximos jogos e liga a TV, pega o jogo no meio (como meu pai) e vê o placar SPO x ATL . Seria São Paulo e Atlético. Qual Atlético? Aí troca de canal e vê SPL x CAM. Pensa que é outro jogo, não é?
 
É por pequenas coisas como essa que o Jornalismo no Brasil ainda não é 100% confiável, pois com esse tanto de variações, se não sabemos quem ta escrevendo certo e quem ta escrevendo errado, imagina quando pensamos qual veículo está falando a verdade ou inventando fatos.
 

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