quinta-feira, junho 09, 2011 | | By: Luis Ventura

As várias faces de um Brasil sede da próxima Copa do Mundo

Terça Feira, 7 de junho de 2011. Estádio do Pacaembú em São Paulo. Uma grande festa para o amistoso de despedida de Ronaldo da Seleção. Organiazação de primeira, padrão Copa do Mundo.

Quarta Feira, 8 de junho de 2011. Estádio Couto Pereira em Curitiba. Uma grande festa dos torcedores na final da Copa do Brasil. Só que na hora da premiação...

Esse é o nosso país. Quando recebemos visitas fazemos de tudo para agradar. Podemos até não ter nada mas damos do bom e do melhor para eles. Tudo para impressionar. Agora quando recebemos alguém mais familiar, conhecido de longa data, deixamos do jeito que está, até porque ele já está acostumado. Funciona assim na vida pessoal e no futebol também.

Vejam os dois exemplos. No dia da festa de Ronaldo, era evidente que estariam lá jornalistas do mundi inteiro. Mas o Pacaembú não tem condição de abrigar em suas tribunas a quantidade de jornalistas que lá estariam. Não tem problema, fizeram um puxadinho nas cadeiras do lado oposto e criaram 2000 lugares temporários. Na hora da entrevista, todo o protocolo da FIFA foi estabelecido. Zona mista, coletiva apenas com o técnico e entrevistas em campo apenas em uma área reservada e com um jogador pré determinado. Para nós jornalistas é chato tudo isso? É, mas é um protocolo internacional que precisa ser seguido e que precisamos aprender a conviver pois a Copa vem aí.

Todos à espera de Ronaldo na entrevista: Padrão FIFA.

Agora vamos a Curitiba. Final da Copa do Brasil e o 1º erro: os dois times entram quando querem. O certo seria em finais como Copa do Brasil, Libertadores, Liga dos Campeões etc. que os dois times entrassem juntos, se perfilassem e fosse executado o hino nacional. Os outros erros durante a partida são as já conhecidas disputas entre os repórteres para entrevistar os jogadores antes do início de jogo e no intervalo. Sobra desorganização nisso.

Porém o pior vem no fim do jogo. O árbitro encerra o jogo e os jogadores do Vasco correm na direção de sua torcida para comemorar, enquanto preparam o pódio. Na torcida acontece de tudo. Jogador entra na arquibancada, torcedor pula no campo e até repórter entra na onda e sobe junto, colocando sua integridade em risco, só para entrevistar os jogadores.

Pódio pronto e cadê os jogadores para receberem a medalha? Nem dá para ver, tem tanta gente estranha lá que você nem sabe quem é quem. Os dirigentes vão entregando as medalhas. Jogadores, comissão técnica, diretores, torcedores, gandulas, jornalistas... quem passar na frente recebe a medalha. Até Roberto Dinamite entrou na onda e seguindo os passos de seu antecessor Eurico Miranda, mandou o segurança do estádio abrir o portão e deixar entrar umas 20 pessoas conhecidas dele no campo. De repende, eis que surge no meio do monte a taça. Nem deu para ver quem recebeu, como levantou... E olha que tava na TV. Imagina quem pagou uns 60 reais e não viu o momento máximo do campeonato. E o patrocinador da Copa do Brasil era quem? Não deu para ver com toda aquela multidão no pódio.

Aquele moço à esquerda do Fernando Prass joga no Vasco?

Nada justifica tal falta de organização. A mesma CBF que fez tudo perfeito na terça, fez um lixo na quarta. Semana passada teve a final da Copa da Itália, torneio similar a Copa do Brasil e a organização foi impecável. Desde a entrada em campo, até a entrega do troféu. Lá deu para ver que a TIM patrocinava o torneio. Julio César e Eto'o não precisaram furar uma muralha de repórteres para dar entrevistas no intervalo e no final. O hino italiano foi interpretado de forma maravilhosa por Emma Marrone e ao fim do jogo os seguranção não deixaram os atletas irem a torcida e nem ninguém de fora entrar no campo. Primeiro receberam as medalhas, os prêmios e o troféu para depois terem o campo livre para fazerem o que quiserem.

Na Itália, eu sei que o Eto'o ganhou o prêmio de melhor jogador da final. Já ontem o Alecsandro recebeu um prêmio que até agora ninguém sabe o que é.

Já tá na hora do Brasil parar ser elegante apenas com os visitantes e dar valor para quem está próximo. Essas cenas bizarras da Copa do Brasil com certeza foram vistas em vários países (Portugal e Itália com certeza).

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