sábado, janeiro 18, 2014 | | By: Luis Ventura

Viva ao mata-mata, morte ao jogos sem interesse

Paysandu campeão dos campeões: campeonatos com poucos mata-matas deixam futebol brasileiro sem graça

Neste final de semana está recomeçando a temporada do futebol brasileiro e olhando os campeonatos e os jogos que teremos, nenhuma competição chama a minha atenção. Tá bom, para não dizer nenhuma, eu cito a Copa do Nordeste com uma competição atrativa nesse começo, pela rivalidade dos clubes e pelo formato curto.

Aí, pensando nessa ideia e juntando com uma proposta de se fazer um novo calendário, porque não voltar com todas as competições regionais? Rio-São Paulo, Sul-Minas, Centro-Oeste e Norte poderiam retornar e, nessa minha ideia, até a Copa dos Campeões seria ressuscitada.

Mas em que datas essas competições seriam jogadas? É aí que entra uma reorganização do calendário. Em 2014 serão 21 datas para os estaduais. Dessas 21, podemos dizer que só quatro são interessantes para os clubes, TV e torcedores. Justamente as semifinais e finais. Agora porque não pegar essas 21 datas e repartir em três e fazer três torneios tiro-curto?

Vamos lá então. Regionais. Independente da região, pode-se fazer uma competição com, no máximo, seis jogos. Três da primeira fase, quartas de final e final. Seria tudo em turno único. Na fase de grupos, a sugestão para equilibrar os mandos de campo seriam ou fazer todos os jogos numa sede única (um dos times da chave seria o anfitrião, como ocorre na Copa SP de Juniores) ou faz-se um sorteio para definir quem vai jogar duas em casa.

Acabado os regionais, teríamos um segundo torneio tiro-curto no mesmo formato, só que agora estadual. Também seriam no máximo 6 jogos.

Eu falei da Copa dos Campeões, não? Então, a competição voltaria num formato similar ao do mundial de clubes da FIFA. Mata-mata com quartas de final, semi e final. Além dos cinco campeões regionais, teríamos o campeão brasileiro e da Copa do Brasil do ano seguinte e o oitavo time seria o representante da sede, que no caso, seria o campeão da federação local. Seriam mais três datas.

Nessa equação, teríamos 15 das 21 datas utilizadas. As seis restantes seriam jogadas para a pré-temporada, conforme quer o Bom Senso FC pede. O Brasileirão continuaria em pontos corridos, a Libertadores, Copa do Brasil e Sul-Americana ficariam inalteradas.

Sobre os estaduais, os times que não estão nas Séries A, B e C jogam nas datas do nacional um campeonato que classificará um time para a Série D do ano seguinte. Claro que isso valeria para os campeonatos do Sul, Sudeste e alguns estados do Nordeste. Os demais, de onde não tem times nas três primeiras divisões do país, não precisariam fazer seus estaduais como Copas. Vai da necessidade de cada estado.

Creio que com mais jogos decisivos, todos saem ganhando: a TV, que tem as maiores audiências justamente em jogos desse tipo, a Federação, que vai ter seu produto mais valorizado, recebendo mais atenção, o torcedor, que se vê sempre mais motivado para ir ao estádio quando o jogo é mais importante, e o claro, os clubes, que vão poder ter estádios com melhores públicos, lucrar com mais audiência, fazer promoções e etc.

Infelizmente, no Brasil, dirigentes só pensam no poder, e acham que com 23 datas, sendo 4 apenas para valer, terão a tão desejada visibilidade. Pegue o exemplo do estadual do Rio de Janeiro. Já tem gente reclamando que serão menos jogos decisivos do que no ano passado (extinguiram as finais de turno). Essa é uma prova do que o povo gosta é de finais.

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