quinta-feira, novembro 12, 2009 | 0 comentários | By: Luis Ventura

Mais do mesmo

foto: FIVB

Quando eu comecei a acompanhar mais intensamente o volei, há 1 ano atrás, achava que a organização e toda a estrutura fosse melhor do que a que eu acostumei a ver no futebol.

Porém, após um ano andando pelo circuito, vi que não muda nada ( ou quase nada ) em relação ao futebol.

Primeiro vamos falar das federações: Sabe-se que a CBV tem pacto com a Globo. O que a emissora manda a confederação acata. Primeiro é essa palhaçada de não poder falar o nome do patrocinador nas transmissões. Fica a questão no ar: Se não fossem essas empresas patrocinando as equipes de volei, teriamos times suficientes para fazer um campeonato de alto nível no Brasil, com os superatletas da seleção como Sheilla, Fofão, Giba, Gustavo e outros?

E agora sobre a Federação Paulista fica a questão da tabela. Onde já se viu marcar jogo para ás 21:00 num dia de semana. E ainda uma semifinal? Eles esquecem que hoje o grande público do volei é formado por jovens (como eu), que neste horário estão ou na faculdade ou na escola tendo aula. E aqueles que estudam de manhã, ás vezes não tem a permissão de pais e responsáveis para ir aos jogos nesse horário pois, no mínimo, sairão de lá umas 22:30. E que hora chegarão em casa, nessas cidades violentas? O pior é que os clubes tem de aceitar por causa da TV. Os horários de início dos jogos de semana devem ser no máximo até 19:30.

Segundo, sobre os clubes: Os clubes devem saber disso, mas ignoram claramente. Para nós torcedores, o nosso principal objeto de consumo é uma camisa oficial de nosso time. Se no futebol, oss clubes vendem a uma facada, no volei nem isso os clubes tem. O que poderia ser uma renda extra para eles acaba virando frustração para os torcedores, que precisam ficar implorando aos atletas que eles, por favor, deem sua camisa a eles. Isso claro quando conseguimos nos aproximar dos atletas, pois por mais simpatia que eles possam ter em atender os torcedores nos pedidos de fotos e autógrafos, os seguranças, sempre com sua truculência tentam impedir, ou ás vezes, até os próprios clubes, que criam saídas estratégicas só para o público não falar com o ídolo, que é o que leva a gente ao ginásio.

Dois exemplos disso foi em Osasco, quando os seguranças expusaram os torcedores do reservado, onde esperam os atletas passaram, empurrando a todos e fechando o portão em cima de nós. Inclusive quando pedi para não me empurrar pois estava saído um deles queria até me bater. E uma outra vez, em São Caetano, estavamos todos aguardando a saída da Sheilla e da Mari. E o que fizeram? Fizeram elas saírem por outro lugar.

Bem é assim que o torcedor de volei é tratado no Brasil, como no futebol. Ainda bem que nesse meio conhecemos pessoas que se importam com a gente, e nos fazem por um momentinho pessoas mais felizes. Pessoas como Clarisse (atleta do volei futuro), Bernardinho, Sheilla, Meninas do São Caetano Blausiegel 2008/2009, jogadoras da seleção feminina e etc. não se encontram em qualquer lugar. E são essas pessoas que fazem mover a nossa paixão pelo volei.